Jogue fora todas as virtudes e vá de vez embora para dentro de si mesmo, pois você é tudo o que existe e as outras pessoas... Bem, elas são só fruto da sua imaginação, ou insetos em torno da lâmpada. Tanto faz; por que se preocupar se tudo o que há é o imenso e resplandecente EU? Vá, mas deixe-me acender aqui a centelha de uma ideia: bem aí onde talvez você esteja, no centro frio do universo, a solidão pode ser a mãe de todas as injustiças, pois quando o sol morre, seus planetas se vão; a lâmpada apaga, seus "insetos" voam na direção de outra... O que resta é o imenso bloco pedregoso de seu próprio ego... sobre suas costas. Mas você aguenta, cara! Pode marrá-lo ao tornozelo e arrastar-se até morrer. Tome qualquer delírio por bengala e suma deserto a dentro! Ou você pode apenas jogar toda essa pesada e inútil porcaria fora... Dá pra voar se fizer isso! Dá inclusive pra dormir em paz...
Eu conheço um cara, que morreu há mais ou menos uns dois mil e treze anos, cuja estrela da virtude resplandece até agora! Não, camarada, essa é uma luz que nunca morrerá...
Caia fora daí de dentro! Arranque esse EU do trono do universo, arrebente-o na paulada, deixe de colecionar momentos e sinta com o próprio coração que a única felicidade que não se desfaz no pó da trivialidade só será capaz de sentir quem for capaz de amar seu semelhante.
By Jason
